Apesar das ações inclusivas feitas pelo Burguer King no Brasil e no mundo, ainda existem pontos a melhorar. Uma funcionária trans morreu em decorrência do Covid-19 e, mesmo com fortes sintomas, não teve autorização de se ausentar. Segundo uma colega da vítima o gerente disse que ela morreu por “injetar hormônio”.
De acordo com a LGBTNation, o gerente da unidade de Santa Mônica, onde Angela Martinez Gómez trabalhou por 15 anos, disse que a causa da morte foi uma “injeção de hormônio” e não o novo coronavírus, no entanto, ele não apresentou nenhuma evidência para essa suposição.
Yolanda Santiago Garcia, uma colega de Gómez, que faz parte do grupo de risco por ter diabetes, chegou a denunciar a rede de fast food por não tomar providencias sérias sobre a doença. Ela disse que outro funcionário também apresentou sintomas, mas o restaurante não foi limpo adequadamente.
“Angela teve sintomas de COVID-19 no trabalho, mas Burger King apontou sexualidade dela ao invés da doença como a causa de sua morte. Angela era uma mulher trans, e a gerência disse que ela morreu ‘de injetar hormônios’ … isso não faz sentido para mim”, argumentou Garcia.
No twitter, o vídeo de um protesto dos funcionários do BK de Santa Mônica com placas dizendo “Vidas Trans Importam” e “Diga o Nome Dela” viralizou. Veja:
Burger King promete avaliar situação
Em nota publicada nas redes sociais, o Burguer King disse que estava “muito triste” com a notícia sobre a morte de Angela e que “valoriza profundamente a diversidade, a igualdade, a segurança e o tratamento justo dos membros e convidados da nossa equipe”.
Eles também se defenderam das acusações de não se adequarem as medidas de segurança para o período, afirmaram que Angela não tinha os sintomas e alegaram que não há nenhuma confirmação de que a causa da morte foi mesmo o novo coronavírus. Leia:
Ficamos muito tristes ao saber da morte de Angela Martinez Gómez, que trabalhava no Burger King há mais de quinze anos.
O Burger King valoriza profundamente a diversidade, a igualdade, a segurança e o tratamento justo dos membros da nossa equipe e clientes. Estamos investigando o relatório de que comentários transfóbicos foram feitos. Eles não se alinham com nossos valores e são inaceitáveis. Criar um ambiente inclusivo e acolhedor é uma prioridade para nós e, com certeza, tomaremos medidas rápidas nesse caso.
Os restaurantes Burger King seguem precauções rigorosas para manter os membros da equipe e os clientes seguros o tempo todo. Não houve notícias ou confirmação de que a morte trágica de Angela tenha sido associada ao Covid-19. Nenhum sintoma foi relatado pelo feixe naquele local.
Nossas mais profundas condolências são enviadas a sua família e amigos durante este período devastador.
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